ESTÔMBAR-FARO, SOB AMEAÇA DA CHUVA
De entre as coisas possíveis para fazer num sábado, escolhi a que me daria mais prazer. Pudalar, tá claro!Tinha combinado como o amigo Peixoto de irmos fazer esta voltinha que já é uma clássica cá da casa.
Como sempre a ideia é irmos de comboio até Estômbar e voltar para Faro a pudalar, junto à costa.
À partida havia algum solinho, algum vento e estava fresquinho, com direito a levar um casaco mais quente, não fosse o diabo tecê-las!
Durante a viagem começámos a avistar umas nuvens mais negras e, quase a chegar ao destino já umas gotas de chuva molhavam os vidros do comboio. Mas a coisa amainou e ao fim de uns poucos quilómetros já a malta tirava o casaquito, apesar de continuar fresco.
Isto tudo em bom andamento até Vale da Pinta e Gramacho, antes de apanharmos os trilhos junto aos canais de água, perto de Lagoa. Continuam secos, não sei se por não haver água ou se por já não serem usados para fins agrícolas. É pena!
Depois haveríamos de meter pelos magníficos single tracks que nos levam até à zona das grutas de Benagil. Que fantásticas sensações as de pudalar por ali fora naquele encadeado de curvas e contra-curvas até se chegar às arribas.
Até à Senhora da Rocha o trilho vai sempre junto à costa, com vistas magníficas sobre as praias lá em baixo. Não há dinheiro que pague o prazer que dá pudalar por ali e curtir aquelas vistas, únicas e que não apetecem deixar para trás.
Fizemos um pit stop na Ermida da Senhora da Rocha, para trincar qualquer coisa e lá fomos em direcção a outra zona fantástica daquelas bandas, a lagoa dos Salgados. Inicialmente vamos pudalando pelos veredos, ao lado dos passadiços até ter que entrar no tabuado, para depois irmos testar forças na zona de areia, antes dos passadiços até à Galé.
As nuvens negras estavam carregadas, o vento soprava com mais força. Felizmente estava a maior parte do tempo a favor, mas na chegada a Albufeira ainda pingou um bocadito.
"Já consigo sentir o smell a bifaine", diz o Peixoto já com o sentido nas bifanitas do almoço... Mas a única coisa a que me cheirou naquela altura foi ao fumo de gasóleo queimado de uma Ford Transit que se arrastava tanto quanto eu para aviar a subida do Inatel. E ainda faltavam uns topos em Santa Eulália e Olhos d'Água.
Finalmente avistámos o Surfal Snack Bar, ali nas Açoteias, onde nos esperavam as benditas bifanas e umas Stouts fresquinhas, servidas com simpatia pela proprietária e staff. Para não variar estavam uma delícia caté lambemos os dedos.
Repostas as energias fomos logo queimar meia bifaninha pelas falésias, até Vilamoura. Mais uma paisagem deslumbrante que nunca cansa.
Com o ventinho a ajudar viemos à bolina em direcção a casa, com passagem pela Marina de Vilamoura, Quarteira, Trafal e Almancil.
Mal chegámos a Faro, caiu uma boa caqueirada de água, mesmo a tempo de nos resguardarmos no café e hidratar a coisa acompanhando com um tremocito!
E os 81km não cansaram? Sim, cansaram, mas pudalar por aqueles trilhos e em boa companhia, no nosso ritmo, faz esquecer todo o desgaste de uma voltinha destas.
Venho o próximo desafio.
Continuem a pudalari!
Strava > https://strava.app.link/dzLVAevtFHb