HOMENAGEM AO INVERNO AMARAL

Zé, fiz(emos) isto por ti, em tua homenagem!

Boa disposição e muito fresco na companhia do Jorge Soares
Foto: João Belo

O amigo José Inverno Amaral já não se encontra entre nós, infelizmente, mas deixou marcas em todos quantos se cruzaram com ele. Eu fui um desses privilegiados, apesar da pouca lidação que tivemos, sempre o admirei por tudo o que conheci dele. Era um dos meus ídolos de juventude, quando comecei a gostar de ralis e só muitos anos mais tarde tive o grato prazer de o conhecer pessoalmente, através de amigos comuns ligados ao desporto automóvel.

Concentração inicial no ponto de partida

Pedalei algumas vezes na companhia dele e, quando o amigo comum que é o José Coelho me falou deste passeio que queria organizar em memória e homenagem do Inverno Amaral, não consegui dizer que não e marquei logo presença.

José Coelho, o meu bodyguard para este desafio

Sabia que ia ser uma dificuldade para mim, conhecendo o percurso de antemão. Estive todo o dia de Sábado a fotografar um casamento (o primeiro do ano, logo fora de ritmo), com muito calor e deitei-me tarde. Acordei cedo para estar a horas no ponto de partida. A temperatura noticiada para Domingo ultrapassava os 30 graus. Teria sido mais fácil ficar na cama mais um bocado e ir só ao almoço que se realizou no final, mas com certeza não seria a mesma coisa. Não seria mesmo.

A primeira parede do dia e as primeiras cãibras

Mais no topo também fizemos belos estradões a rolar

Consciente de que ia passar um mau bocado pelos trilhos da serra lá me aventurei com mais 46 companheiros, muitos já meus conhecidos destas e de outras andanças. Depois de uns bolinhos e um café servidos nas instalações da Chaveca & Janeira - Faro fomos pudalando até São Brás de Alportel onde estava situada a primeira zona de assistência.

Aqui ainda consegui ir à frente de alguns, eh eh

Sempre deu para apreciar e desfrutar da paisagem

Até aí a coisa foi fluindo, embora notasse algum desgaste. Não estava era à espera que, ao desmontar num inclinadíssimo corta fogo, ficasse bloqueado com uma dose de cãibras daquelas à moda antiga e que há muito não tinha. Pensei que indo pedalando aquilo haveria de passar, continuei mantendo a minha resiliência nestas situações, em que só atiro a toalha ao chão se der mesmo. Mas não passou!

Mais um belo trilho e a descer, para variar

Alguém com medo de que a montada se constipasse...

A partir daí o percurso acentuou a sua dureza e passou-se de tudo um pouco. Pensei em desistir e ir até ao local do almoço mas por outro lado queria muito chegar lá montado na minha burra, a única roda 26" no meio das outras com roda 29" e umas quantas eléctricas. Foi a partir daí que contei com o apoio e ajuda incondicional de muitos companheiros, quer moralmente, quer empurrando nas subidas mais complicadas.

Mais uma travessia e um mergulhito... para alguns

Rodeado de amigos e com uma bike emprestada
Foto: João Belo

O Tiago Grangeia foi um dos que voltou atrás e me propôs trocar de bike com ele, mais à frente foi o amigo João Paulo que me cedeu a eléctrica dele para conseguir vencer mais um topo. Se com o João já tínhamos vencido uma vez um desafio juntos, em que contámos com o apoio do Zé Amaral, com o Tiago nunca tinha pedalado e apenas o conhecia de vista, mas foi um amigalhaço e um apoio incrível.

Uma ajudinha para vencer o Arimbo
Foto: João Belo

Vá, não se preocupem que ainda não ando de mota
Foto: João Belo

Claro que quem nunca me largou foi o amigo de longa data, o José Coelho, o mentor desta homenagem e que sabia que eu queria muito fazer isto pelo Zé. Foi comigo até ao fim. É destas coisas que é e deve ser feito o BTT, especialmente neste tipo de passeios.

Zona de assistência rápida... rebentou o pneu e o ciclista
Foto: João Belo

Ainda deu para refrescar os pés e as pernas
Foto: João Belo

Para animar a festa, na segunda área de assistência, estava eu descansado a hidratar-me com uma bela e fresca mini quando me vieram trazer a bela da bike com o pneu de trás rebentado... Mais uma para ajudar o pobre. Muitos me aconselharam a meter-me na carrinha e a ficar por aí. A esses também o meu agradecimento, pois conseguiram motivar-me ainda mais a concluir o meu objectivo, eh eh eh.

Ainda faltam uns quantos papossecos, dizia ele...
Foto: João Belo

... então vamos a eles, disse eu!
Foto: João Belo

Daí até final foi continuar a sofrer e cada quilómetro foi uma eternidade, foi apanhar papossecos atrás de papossecos, pois a manteiga só estava no final, como dizia o amigo Paulo Pinheiro. Mas graças a todos quanto ajudaram (alguns desculpem mas não sei ou não me recordo do nome), cheguei ao Hotel Rural Quinta do Marco, desejoso de um duche de água fria e, claro, completamente preparado para aviar o belo do almoço.

Pormenor do almoço na Quinta do Marco

O amigo Coelho a botar discurso

Fica mais um desafio vencido, mais uma história para contar, mais uns quantos amigos que fiz e a quem fico eternamente grato por todo o apoio, pelos empurrões e ajuda. Um desfio duro como podem ver pelo percurso registado pelo Strava. Mas acima de tudo um bom par de horas a pedalar em boa companhia e a homenagear uma pessoa e um ser humano fantástico e que queria muito ter feito este passeio antes de partir. Fica também a minha vitória na classe roda 26", ah ah ah.

Alguns dos companheiros de jornada e preciosas ajudas

A terminar uma nota de rápidas melhoras ao amigo Cláudio Paulo que foi vítima de uma queda e teve de fazer uma visita ao hospital para levar uns pontinhos.

Um beijinho e um abraço à Crista Amaral, viúva do Zé, que nos fez companhia e nos honrou com a sua especial presença no almoço.

A equipa da organização junto à fotografia do Inverno Amaral

Para a posteridade ficam umas fotos minhas (ainda tive trimbelho para tirar algumas, eh eh eh) e as restantes são de autoria do amigo João Belo, mais um companheiro com quem é sempre um prazer pudalar e confraternizar e que ainda deu uma mãozinha numa subida.

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