SOZINHO, DE TGV, À NOITE
Isto de um gajo ir a pensar fazer BTT e apanhar o TGV é de outra dimensão.
Ontem aconteceu-me isso. Embarquei a bordo de um alta velocidade mas a coisa fez-se apesar de alguma loucura e esforço. Ainda assim fiquei feliz. Feliz porque fiz o caminho sem percalços, sem quedas, sem furos (que por vezes até fazem parte da coisa) e completei a distância total tal como os outros. Quer dizer, penso eu que também a completaram, não os vi chegar...
Mas fiquei especialmente feliz porque sei que não faria a ninguém o que me fizeram a mim. A vida é (também) feita destas aprendizagens e eu já vou sendo catedrático nestas andanças. Por isso, sigaaa!
As atitudes ficam com quem as tem e o que importa realmente é que estava uma bela noite para pedalar e ficou para a história mais uma voltinha por trilhos até muito agradáveis, a maioria no meu quintal e que já fiz noutras ocasiões, com outros companheiros e em determinadas situações, com outra disposição.
Rolou-se de Olhão até Pechão, Estoi e depois foram-se fazer umas subidas ali para as bandas do Guilhim, onde experimentei rolar sozinho na escuridão por trilhos que já fiz tantas vezes à luz do dia.
Depois de fazer uma série de subidas que foram sempre dar a sítio nenhum, à procura de um caminho que nunca se percebeu qual seria, apontámos os azimutes para Estoi. Atravessámos a EN2 vindos da zona da Bordeira onde treinámos contorcionismo por baixo de uma árvore caída no caminho e aviámos mais um paposseco até à estrada por cima do lar de idosos.
Como parece que já era tarde, de Estoi até Olhão optou-se por alcatrão e foi aí que se viu realmente a pujança do TGV que descolou a toda a gáspia sem parar em nenhuma estação ou apeadeiro...
Ê cá come sô alentejanu e na tinha pressa, fui nas calmas, no regional. Ou melhor, fui à minha velocidade, praticamente desde Pechão até à viatura. Sim, fiquei sozinho na estrada, de noite, sem que alguém se dignasse esperar ou se preocupasse cá com o je. Prontes, conheço os caminhos, sabia onde estava e cheguei ao meu destino, o resto é o resto e vale o que vale.
Parece que havia tostas e jolas no final. Se a minha companhia não fez falta no caminho, também não iria fazer falta no convívio... Fui para casa, comi frutinha e bebi água. Mais saudável!
Continuem a pudalari?