Seis e meia da matina e o despertador a tocar. Estava ferrado a dormir. Podia ter continuado e ficado no quentinho? Podia! Só que não! Estava na hora de ir enfrentar o desafio para o qual o amigo Coelho me tinha lançado o convite.
 |
É muita maluquice junta |
Só pelo desafio em si aceitei juntar-me ao grupo e fazer algo que nunca tinha feito. Era ter ficado na cama e nunca saberia se o conseguiria.
A ideia era ir fazer o Algibre, o célebre trilho junto à ribeira, mas com saída de Faro e regresso ao ponto de partida, sempre a pudalar.
 |
Capacete já está, só falta o hans e o road book! |
 |
Ai mosse, cu Tékita vai brute na frente! |
Já tinha feito várias vezes esse trilho, de várias formas, normalmente com saída e regresso a Loulé. Fiz ao contrário, com saída de Faro até ao castelo de Paderne e regresso. Numa outra vez fiz o "mini" Algibre, indo de comboio até Boliqueime, depois até ao castelo de Paderne e descer até Vilamoura, até Faro.
Como nunca tinha feito em versão XL, bora lá experimentar!
 |
Lá vai o Lourenço e a sua gravel, de pocinha em pocinha. |
 |
Trilhos iniciais, ainda tudo na sossega e a tentar aquecer. |
Saímos por volta das 8h da manhã, depois de cafezinho e bolinhos, com uma temperatura bem fria a moer a malta. Traçámos azimute até perto de Santa Bárbara de Nexe, estrada dos Gorjões, e depois Amendoeira, para começar o verdadeiro Algibre, como manda a sapatilha, na Fonte Filipe.
Só que até lá já tínhamos aviado umas belas subidinhas onde amealhámos a maior parte do acumulado desta aventura.
 |
Deixa-me lá virar aqui à drêta! |
 |
O Patrulha já saca uns cavalinhos! |
No road book estava prevista a paragem em Paderne para uma bela bifana no restaurante
Zip Zip, mas até lá tínhamos de pudalar e aviar uns quantos papossecos para a merecer, pelas fantásticas veredas junto à aldeia de Tor, fazer os estradões cheios de poças de água até ao Parragil e depois o single track muito húmido e escorregadio junto à ribeira.
 |
Cheira a subida! |
 |
A única senhora do grupo. Ah valente! |
 |
O início do Algibre, logo após a Fonte Filipe. |
Nesse trajecto algumas peripécias, uma queda sem consequências (só uns riscos nos cromados) e um amigo que conseguiu partir canas com os ombros. Eu ainda tive um encontro imediato com um tronco, mas só magoei ligeiramente um joelho.
 |
Engarrafamento nas veredas da Tor. |
 |
Um dos atletas da Coobital. |
 |
Quase que dava para fazer de caiaque! |
Atingimos a bela da bifana já com uns valentes 55Km na lombeira e nas pernas, mas já a precisar de meter algo mais sólido na pança.
 |
Aqui já vinha a suspirar por uma bifana e uma cola. Foto: Nuno Guerreiro |
 |
Mais esta subidinha e já cheira a bifana! Foto: Nuno Guerreiro |
 |
Isto é que é de valor, fazer o Algibre numa bike gravel! Foto: Nuno Guerreiro |
A aventura continua ribeira abaixo e continua também tudo muito húmido e escorregadio, com alguma lama à mistura, com passagem pela ponte romana, como habitualmente.
Na zona de Boliqueime atravessámos a EN125 em direcção às Açoteias. Por essa altura já as minhas cãibras vinham a dar sinal e tive de começar a gerir o andamento para aguentar o resto do trajecto até Faro.
 |
Passámos por lá! Mas fomos à bifana. |
 |
Sai um atalho... ups... sai uma jola! |
 |
Ao fundo o nosso mentor, Mr. Rabit. |
E foi sob o lema do carrega mas não força que vim pudalando o resto do percurso, mas com a vontade e a determinação de terminar uma volta de BTT com mais de 100Km. Não foram muito mais acima dessa marca, mas o bastante para bater o meu record anterior, de 88Km.
 |
Azenha de Paderne... completamente seca! |
 |
Trânsito congestionado na ponte medieval |
 |
O grupo a posar na ponte medieval. Foto roubada do Facebook do Coelho |
Fez-se, consegui e é isso que fica para a história cá do je, que é a que mais importa.
O Strava diz que passei 7 horas em cima da magana (bike) e deixo como habitualmente o link para quem quiser ir experimentar.
 |
Por vezes não há atalhos... tem de ser por dentro da ribeira! |
 |
Nada de desconfianças moces, só estou a tirar uma foto! |
Um agradecimento ao amigo Coelho por ser um bom amigo e por sempre se lembrar de me convidar para estes empenos. Obrigado ao Sérjão que foi, com o Coelho, um dos patrocinadores desta aventura e que nos proporcionaram uma bela petisqueira no final.
 |
Lourenço e a gravel on the trail |
 |
Não parece, mas já vinha só com um risquinho de bateria. Foto: Nuno Guerreiro |
E, claro, um grande bem hajam para a minha guarda de honra que me fez companhia nos últimos quilómetros, o Paulo Ventura, o Célio Santos e o Manuel "Patrulha".
Um domingo bem passado (passado, especialmente da nalgueira, eh eh eh), em boa companhia e muita galhofa entre a viadagem... ups, quero dizer vadiagem que fez parte do grupo.
 |
A minha guarda de honra até ao final |
 |
Eles lá me vinham a aguentar... Carremédio :) |
 |
I did it! Yesss! |
Uma menção honrosa ao meu amigo Luís Santos, Tekita pós amigos, que não pudavala há quatro anos e enfrentou o desafio e também à Patrícia, a única senhora que fez parte desta aventura.
Continuem a pudalari!