O MÊ AMIGUE OSVALDINHE

Tem andado para acontecer, não é assunto fácil, mas este texto tinha de ser feito.

Há amigos que não se arranjam, temos a sorte de os encontrar, de os ter na nossa vida, de poder desfrutar de bons momentos com eles e, acima de tudo, de os poder chamar de amigos, porque o são realmente.

Hoje quero aqui falar de um, especial, em especial, que tive o grato prazer de conhecer graças a estas andanças do pudalanço. Confesso que de início até nem sentia grande empatia por ele. Não sei se alguma vez lhe disse.

Tinha um feitio peculiar, refilava muito e não dava lambança a toda a gente. Com o tempo fomos convivendo mais nos grupos em que pudalámos juntos e tive a sorte de merecer a amizade dele, de fazer parte daquele grupo restrito a quem ele deu o grato prazer de poder acompanhar.

Quando parti a clavícula foi das poucas pessoas, para não dizer o único, que raro era o dia que não me ligava para saber como eu estava. Duas ou três palavras, as melhoras e um até amanhã! Mas ligava, não me falhou.

Aparte disso vivemos muitos e bons momentos muitas vezes só os dois, muitas vezes com o Peixoto, mais um dos seleccionados por ele para esse grupo restrito.

Não tenho ideia de quantas vezes fomos pudalar juntos, mas guardo grandes memórias de muitas aventuras que adorávamos fazer os três. Eu, ele, o Osvaldinhe e o Peixoto, o trio SOS como nós nos intitulávamos.

Até que um dia a vida lhe pregou uma partida, nos pregou uma partida. Mais a ele que a nós e nos privou desses momentos, das nossas histórias por esses trilhos fora, do convívio e do gozo uns com os outros.

Não posso dizer que perdi (perdemos) um amigo, porque estará sempre no meu (nosso) pensamento. Apenas partiu. Partiu e deixou saudades. Não conseguiu vencer esta subida com que se deparou e que nós acompanhámos de perto, o mais que conseguimos e pudemos, para não o deixar só, como ele nunca nos deixou em cada caminho que trilhámos juntos.

Amigo Osvaldo, foi um prazer poder desfrutar da tua amizade, companhia e senso de humor peculiar. Olha aí por nós e pelos teus!