ALGIBRE SANTO
Ainda é com os múscalos a ferver que vos começo a escrever sobre mais uma jornada fantástica de pudalanço.
Estamos em época de Páscoa, altura de romarias e procissões e nós hoje fomos fazer a nossa até ao santuário do Algibre.
O São Pedro continua cheio de vontade de aventar cá para baixo com umas caqueiradas de água e aproveitámos o dia de hoje porque, diziam, não ia chover.
Combinei com o amigo Peixoto sairmos São Brás de Alportel, só assim para fazer mais uns quilómetros e mais uma altimetriazita e tal. A manhã estava fresquinha, com uma pitada de vento, mas saímos cheios de vontade de nos fazermos aos trilhos e aquecemos logo na primeira subida até ao Alportel.
Andámos a curtir umas veredas até apanharmos o estradão que leva à Fonte Filipe. Já por ali a coisa estava molhadinha e escorregadia qb, antevendo que lá para as bandas do Algibre também não estaria melhor.
Pudalámos tranquilamente até Querença, Fonte da Benémola e Tor, onde fizemos as habituais veredas pelo meio das hortas. Não faltou ervinha em monte só para ir humedecendo as pernas e os sapatos. Verificámos o caudal da Ribeira da Tor, mas cá de cima, da ponte e fomos então ver do Algibre.
Os estradões estão fantásticos mas há ainda muita água nos caminhos e salpicos em monte, só para sujar os equipamentos e as bikes.
Já perto de Paderne fizemos a primeira travessia da ribeira, com direito claro, a molha até aos joelhos. Não me lembro da última vez que ali tinha passado com água...
Por falar em água, chegámos ao Purgatório, mesmo na hora certa. Nós a chegarmos ao Zip Zip e a cair uma caqueirada de água. Vá lá que foi só enquanto aviámos uma bifanita e uma Stout. Parou a chuva e arrancámos para mais um troço, com passagem pela Azenha perto do Castelo de Paderne, onde também não há agora falta de água.
Depois foi sempre a bombar pelos singles escorregadios, a ouvir o chilrear dos pássaros de um lado e o som da interessante corrente da ribeira, do outro. Algumas zonas estão perigosas, não só por estarem escorregadias, mas há também muita cana e vegetação caída, por causa dos temporais e onde nos podemos aleijar se não estivermos atentos.
Mais três travessias da ribeira, a última com direito a molhar a tomatola. Estava fundo aquilo ali, chiça!
Chegámos a Boliqueime e, a partir dali a coisa poderia começar então a doer, pois havia todo um caminho ainda a fazer até São Brás de Alportel.
Para aliviar a coisa e não começar a doer tanto de Boliqueime rumámos a Vale Judeu e depois pelos estradões do antigo shakedown do Rally de Portugal, até à zona industrial de Loulé. Sempre foi terreno mais plano mas depois tivemos de gramar mais uma subidita até à Fonte do Cadoiço.
Aconchegámos o estômago com uma empadita e mais uma Stout num quiosque ali mesmo no meio da avenida em Loulé e toca de nos metermos ao caminho. Podíamos ter ido sempre pela estrada até São Brás, não era? Pois mas isso era muito fácil. Resolvemos inventar e ir fazer mais uns topozinhos, só para aquecer.
Nas Barreiras Brancas metemos por uns caminhos e andámos a inventar e a explorar, subidos mas ladeiras e descemos até chegarmos à zona do heliporto, onde apanhámos mais um pouco de estrada.
Eh pá, como um homem é um homem e um bicho é um bicho, resolvemos fazer a coisa à homem e em vez de irmos direitos pelo alcatrão fomos fazer mais um belo veredo e mais uns topozitos até ao miradouro da Arroteia.
Posto isto foi só descer até São Brás e estava consumado mais um fantástico dia de pudalanço, na companhia do amigalhaço Peixoto, no nosso ritmo, sem stresses e sem pressas. Não levámos com água por cima, mas fartámo-nos de apanhar com água por baixo!
Ir ao Algibre é sempre uma daquelas voltas que nos enche a alma. Pudalar por aqueles trilhos, seja na zona de mais estradão, seja nos singles mais embrenhados no meio da vegetação ou mais a sul, nos veredos mais rápidos até Boliqueime. Não sendo um percurso com subidas dignas desse nome, também cansa pela sinuosidade dos trilhos e pela atenção redobrada que tem de se ter com a vegetação e as zonas escorregadias.
Para comemorar fomos brindar com umas jolas e uns camaranitos, só para nos redimirmos de termos comido a bifana e a empada neste dia da semana santa. Venha a próxima aventura!
Agora vou dormir e descansar. Amanhã logo acabo isto, coloco umas fotos e publico a cena, eh eh eh!
Continuem a pudalari!
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