Ora pensem lá se, por acaso, a malta fosse na conversa das previsões mentiriológicas e tivéssemos ficado em casa?! Perdia-se um grande dia de curtição e aventura, a pudalar pelos Algarves.




O dia de hoje deu lugar a mais um fantástico e já clássico Estômbar-Faro. Um dos célebres passeios do trio SOS, mas agora com saudade do Osvaldinho que é sempre lembrado em cada aventura minha e do Peixoto, como não poderia deixar de ser.
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Foto: António Soares |
Desta vez levámos reforços, uma homem da beira litoral, o António que veio de Coimbra só para nos fazer companhia e, de mais a norte, lá do Alto Douro, o Ricardo, de Vila Real, mas a residir cá em baixo.
A previsão era de chuva, o dia estava bem farrusco quando saímos de manhã cedinho no comboio, mas mantivemos a esperança de que o São Pedro fosse cooperante com este grupo de amigos que só se queriam divertir em cima das bikes.
Mas se viesse chuva também teríamos de nos aguentar à jarda. Estávamos por tudo.
Depois do desembarque em Estômbar e de um cafezinho logo ali à beira da estação, lá nos fomos fazer aos trilhos, que eram novidade para os nossos amigos convidados para esta jornada.
Pensavam eles que os convidámos para pudalar mas depressa chegaram à conclusão que afinal era mais para roçar erva, eh eh eh. Pois, foi umas das primeiras peripécias o desbravar caminho pelo meio do ervaçal junto aos canais de água, ali para as bandas de Lagoa. Se por uma lado havia erva a monte, por outro, e apesar das chuvadas fortes dos últimos tempos, os canais estavam completamente secos. Ainda não foi desta que pudalei por ali com eles cheios.
Mais à frente, sim, lá veio ela, a chuvinha. Quando nos estávamos a livrar do ervaçal, caíram uns chuviscos. Vá lá que foi coisa passageira. Apanhámos depois foi uns charquinhos no meio do trilho, onde ainda deu para molhar o pezinho. Mais uma nota não prevista no road book...
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Foto: António Soares |
Um dos ex libris deste passeio é o single track pelo meio da vegetação até à zona das grutas de Benagil, o trilho da serpente, por ser tão sinuoso.
Quando mal tínhamos embalado no trilho lá veio mais uma situação inesperada e cada vez mais comum... Uma nova vedação que nos impede agora de usufruir do prazer de curtir nesta zona. Toca a procurar alternativas!
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Foto: António Soares |
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Foto: António Soares |
Depois de duas tentativas por trilhos que não davam para ir lado nenhum, optámos por um que nos fazia subir vale a cima até uma estrada asfaltada. Aí o GPS lá nos tentou dirigir para o track novamente, com a melhor das suas intenções.
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Foto: António Soares |
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Foto: António Soares |
Descemos novamente até ao vale, mais à frente só que... fomos parar ao ribeiro, com água, funda... O trilho era mesmo do outro lado. Armados em sapadores florestais lá desbastámos uns galhos de uma pequena árvore e passámos as bikes uns aos outros, não nos livrando de voltar a molhar as patecas. Conseguimos depois ainda curtir um bom pedaço do trilho até junto à costa.
Paragem obrigatória para fotografias naquela zona exótica do Algarve e fomos ver da Senhora da Rocha e Armação de Pêra, com mais uns trechos em que tivemos de andar a empurrar as bikes, depois das vistas fantásticas sobre as arribas.
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Foto: António Soares |
No final de Armação de Pêra entrámos nos novos passadiços, que ligam com os mais antigos, até à lagoa dos Salgados. Zona sempre movimentada com muitas pessoas a caminhar, até à Galé. Dali até Albufeira é sempre uma zona meio chata e sem história, com muito asfalto e trânsito.
Mas também em Albufeira não estava pacífico, com muitas pessoas na baixa da cidade e depois até aos Olhos de Água, também por asfalto com muito carro.
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Foto: António Soares |
Chegámos finalmente às Açoteias já a salivarmo-nos por umas bifanas e umas jolas fresquinhas. Era previsto termos chegado mais cedo, mas a história da vedação e a procura de alternativas fez-nos perder cerca de uma hora.
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Foto: António Soares |
Como sempre as bifanas do
Surfal Snack Bar estavam divinais e a fazer a delícia dos ciclistas famintos, a precisar de repor energias.
Depois do almoço, já se sabe, como é habitual fomos queimar as bifanas pelas falésias até Vilamoura. Atravessámos depois por dentro da Marina, já apinhada de gente, antes de fazer o calçadão de Quarteira, onde também não se fazia sentir a falta de pessoas.
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Foto: António Soares |
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Foto: António Soares |
Viemos depois via Trafal e Almancil e, já quase no final da jornada, o amigo Ricardo ainda teve de gastar meio depósito a tentar fugir a um sacana de um cão que o perseguiu durante um bocado...
Chegámos com isto tudo, mesmo ao final do dia, sem chuva mas radiantes de mais uma bela aventura em boa companhia. Espero que os nossos amigos tenham gostado deste dia, apesar das peripécias.
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Foto: António Soares |
Esteve um belo dia para a prática da modalidade, em mais um longão (como dizem os brasileiros) a desfrutar de locais de beleza incomparável em excelente companhia. Não se pode pedir mais!
Continuem a pudalari!