BENDITAS TANGERINAS

Neste domingo podia-nos ter dado para pior! Mas não.

Há algum tempo que andava com uma fisgada e quando se me mete uma na cachimónia, tenho de a tentar concretizar e assim subimos ao Cerro do Cabeço de Câmara e só parámos no talefe. Pumba!

Subi ao talefe e nem senti o tefe tefe (mas havia vento)
Foto: Andry Kuzmenko

Como é que fomos lá parar? Ora, fomos por aí em amena cavaqueira e a rolar rumo ao estradão das Gambelas, Almancil, Cerro do Galo, depois sempre pelo estradão paralelo à EN125 e mais à frente junto ao caminho de ferro até Vale d' Éguas.

Um single ali para o Cerro do Galo

Nessa localidade cheguei à conclusão que já não existe um antigo trilho que passava por entre o arvoredo até atravessarmos a linha férrea. Invertemos a marcha e continuámos ao longo da mesma.

Os meninos, sempre na linha... ou fora dela!

Já na Franqueada direccionámos por uma estradinha, a subir... ali já começava a doer. Até chegar à zona onde começava o chakedown do Rally de Portugal e onde pudemos verificar que o asfalto agora predomina em relação à terra batida... Mais um caminho rural, no meio do nada, onde se gastou asfalto que fará falta noutro local, com certeza...

Aqui tivemos de começar a travar, claro.

Depois... bem depois é que foram elas. Começou a escalada barreira acima e não foi nada fácil. Há alguns anos consegui subir aquilo sem desmontar, mas hoje não deu de outra forma. Na parte final não havia pernas e lá tive de empurrar a ginga pelo "paredão" acima.

Vista lá de cima até parece fácil, só que não é

Ah, mas antingir o cume e ter aquela vista toda pela frente, num dia limpo de sol como o de hoje é algo único e inexplicável, acreditem. Para quem não sabe este cerro é também conhecido pelo cerro do parapente, de onde saltam esses destemidos que se costumam avistar da EN 125, ali na zona de Vale Judeu.

Yesss! Chegámos ao topo.
Foto: Andry Kuzmenko

Tiradas umas fotos pá posteridade e uma subida ao talefe, descemos pelo mesmo caminho por onde subimos, visto não estarmos muito confortáveis para descer pelo outro lado, pelo caminho de pedras. Metemos pelo trilho até apanhar o percurso do antigo shakedown até ao canil, na zona industrial de Loulé, pela Franqueada novamente.

E é isto, deslumbrante a vista lá da rampa de lançamento

Quando estamos a rolar em direcção ao Areeiro... Pfffff... Pimbas, um furo na roda frente. Há anos que não tinha um furo e desta vez deu direito a lixar o pneu novo, comprado há dias. Uma bela naifada, talvez de um vidro. Trocou-se a câmara de ar e vá de bombar, com uma séride voltas, com que não estava a contar devido a um antigo caminho que está agora fechado.

A ginga e o talefe

Passámos junto Mar Shopping e seguimos pelo trilho paralelo à A22 até Santa Bárbara de Nexe, já com a gasolina a dar as últimas e a precisar de ingerir qualquer coisa que não água (devo ter aviado quase os 2 litros do camelback hoje).

Hora da mecânica^
Foto: Andry Kuzmenko

Na zona de Mata Lobos lá descobrimos umas tangerineiras com cara de abandonadas e não nos fizemos rogados, tivemos de fazer uma prova. Que belas tangerinas, doces e sulentas lá nos deram alento para fazer os resto do percurso que ainda faltava para chegar a casa. Abençoadas tangerinas!

O homem entregue à luta
Foto: Andry Kuzmenko

Isto, pelo menos para mim, não é sobre quilómetros, é sobre companheirismo, sobre aventuras, sobre prazer. Ainda assim deixo registo do Strava para a malta cuscar mais 56km a juntar ao acumulado.

Apesar das dificuldades, dos contratempos e da galga com que já vinha, foi uma volta e pêras. Ou melhor, tangerinas!

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