Estar em casa, em Portalegre, e não fazer o gosto ao pudal lá pelos trilhos é quase um crime.
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Refrescar o corpo e a alma num dia quente de Agosto. |
Confesso que já estava com saudades dos cheiros, dos sons daqueles caminhos e de andar a fazer chicanes por entre as bostas de vaca, depois de abrir uma porteira ou outra, para conseguir prosseguir.
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De manhã, pela fresquinha. |
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Portalegre ao fundo, ainda a despertar. |
Quinta-feira, feriado, dia de Nossa Senhora da Alegria, padroeira da terrinha, Alegrete, nada melhor do que fazer uma arruada pelos trilhos mais a sul.
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A icónica Praça de Touros |
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Matar saudades dos estradões |
Agosto, Alentejo, a temperatura promete mais um dia quente, muito quente. Já não acordei tão cedo como queria e saí um pouco mais tarde que o previsto.
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Não fui o único a aproveitar a natureza e o dia. |
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Monte da Vinha. Para que lado é que me viro? Para que lado? |
Ainda assim fiz-me ao trilho, sem saber muito bem por onde haveria de ir. Desta vez não tinha a minha montada. Tinha ao dispor uma outra que me disponibilizou o meu sobrinho e amigo Tiago Ruivo, já que desta vez não podia usufruir da sua companhia no pudalanço. por motivos de força maior.
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Cruzando as arcadas |
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Todo um património ao abandono que até dá dó! |
Saí do Monte Carvalho, abasteci água fresquinha na Fonte Capitão e rumei até mais abaixo, para terrenos mais planos.
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Um potencial turístico que podia ser bem aproveitado! |
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Ao abandono. Tanta história e tanta vida que deve ter para contar! |
Sozinho fica sempre mais complicado escolher o percurso mas, tendo em conta o calor que já se fazia sentir na lombeira àquela hora, apetecia um caminho mais por entre o arvoredo, tanto quanto possível. Também não convinha regressar muito tarde para não apanhar a calmurrina que se adivinhava.
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A Mimosa não gosta lá muito de ser fotografada. |
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Chegada à Ermida do Senhor dos Aflitos. |
Desci pela Penha e na Praça de Touros apanhei o estradão até ao Monte da Vinha, ou barragem do Zé dos Cães, como queiram. Pelo caminho ainda me cruzei com um grupo de caminhantes que, tal como eu, resolveram aproveitar o feriado para contacto mais directo com a natureza. Entre eles alguns amigos que não via há algum tempo.
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Esta quer é fontes... |
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Vamos lá ver dos Fortios! |
Cumprimentos feitos, umas fotos junto à barragem e resolvi virar em direccção da Ermida do Senhor dos Aflitos, aproveitando a sombra do arvoredo, para depois rumar até aos Fortios. Pelo trilho voltei a cruzar-me com um simpático Sacarrabos, como aconteceu de outras vezes.
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Já o solinho se fazia sentir e sombras, poucas! |
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Uma imagem para reflectir! |
Nos Fortios troquei mais uns dedos de conversa com o amigo Adérito e parei num café para uma Cola fresquinha. Zarpei rápido, pois instalou-se no local um indivíduo que resolveu sacar de um cigarrito mesmo na mesa ao lado, só para chatear...
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Caixas de correio em monte, lá no monte. |
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Carrega que é a subir! |
Já não era cedo, a temperatura começava a aumentar e resolvi que iria directo à Vargem. Tentei uns trilhos alternativos, mas está tudo cada vez mais vedado e cheio de porteiras e portões.
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Terrenho. Será terreno em espanhol?! |
Ainda deu para molhar os pezinhos numa ribeira com alguma água, depois de ter abortado mais um caminho que, segundo um senhor, está todo cheio de silvas e não está ciclável. Optei então pelo da ribeira, que já conhecia.
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Bora lá subir à Provença! |
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Uma pose nas ruínas do antigo mosteiro |
Depois da Vargem fui por Monte Paleiros só para ir espreitar um local onde nunca tinha ido, mas sobre o qual tinha alguma curiosidade, o
Convento da Provença. Uma unidade de turismo rural que me pareceu bastante agradável, num local bem sossegado e que pode ser uma boa escolha de alojamento para quem queira visitar a região.
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À sombra do arvoredo antes das últimas subidinhas. |
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Bora lá ver do almocinho que já se faz tarde! |
Pronto, foi depois alombar com mais três subidinhas até casa, já com um sol bastante picante e cheio de apetite para o almocinho! Foi assim esta jornada pelos trilhos do meu Alentejo.