EM VOLTA DO DRAGÃO AZUL

O Cegasa deu a ideia.
Eu arranjei o track para GPS e lancei o desafio a mais uns quantos.
O Tendeiro disponibilizou a carrinha para transporte das bikes.
O Peixoto agendou o almoço.
O João Belo trouxe uns figuinhos recheados com amêndoa para acompanhar o medronho.
O Cantinho honrou-nos com a sua presença.
O Camacho veio só para desestabilizar, eh eh eh!
Estavam reunidos todos os ingredientes para uma fantástica volta de BTT em redor da Barragem de Odeleite. Ou para um valente empeno, quiçá!
Saímos cedo de Faro, o Peixoto juntou-se à malta no caminho e fomos atracar logo à entrada da povoação. Foi dali que partimos para mais uma aventura. Sete magníficos, cinco bikes eléctricas e eu, juntamente com o João Belo armados em fortes com bicicletas "normais". Sempre convém haver uns malucos na caravana, ah ah ah.
Descarreguei o track do Wikiloc (já com uns anitos, pelos vistos) e sabíamos, pelo menos eu tinha essa noção, de que iria ser duro e algumas zonas podiam não estar cicláveis, até porque o nível da barragem está no máximo.
Por volta do quilómetro oito surgiu logo a primeira dificuldade, quando nos deparámos com uma zona do trilho inexistente. Não sei se quem o publicou também teve de atalhar, mas nós tivemos de descer uma picada e depois subir outra... a pé. Eh pá, a minha ainda não é eléctrica... Sempre pesa menos um bocadinho... Até chorarem dusolhos!
Superado o primeiro desafio, subimos até Furnazinhas e depois de passarmos a Ribeira de Odeleite, lá bem na pontinha do rabo do dragão azul, cruzámos o lugar de Fortes. Um nome bem alusivo à nossa coragem de andar por ali aos altos e baixos, num parte pernas constante.
A seguir alcançámos a Corte Pequena e na descida até Carvalhinhos puffffff... Furei a roda traseira com direito a um belo golpe no pneu. Fizemos um enxerto com a câmara de ar velha (ainda bem que não uso tube less, lol), colocámos uma nova e siga que se faz tarde.
Sobe, desce, sobe, desce e já quase na Choça Queimada mais um trecho improvável. Uma descida enorme, ingreme, até uma ribeirita e depois vá de empurrar bikes barreira acima, não menos ingreme que a descida.
As nuvens deixaram o sol aparecer, forte e a levar a que deixássemos o track que estávamos a seguir, aos 35Km e a procurar uma via mais rápida e menos penosa para Odeleite. Foi melhor assim, já tínhamos curtido umas boas paredes, mas fiquei com pena de ver como seria continuar o resto do previsto até ao fim, mas também já estávamos a queimar a hora de almoço que tínhamos programado com o restaurante.
Para o banhinho pós volta havia uns garrafões de água, umas toalhitas mas eu e o Peixoto optámos por algo mais imersivo. Pegámos nas bikes e nas mochilas e fomos mesmo à entrada da barragem.
Aplicámos forte mergulho com o frasquinho do gel de duche na mão e vá de tirarmos o pó dos trilhos ali mesmo. Que belo banhinho, com água uma nadica para o fresco, mas soube que nem ginjas, só vos digo.
Banhinho tomado, roupinha limpa, bikes carregadas e era hora de ir dar ao dente, ali mesmo, no Restaurante Camponês, com uma bela barriga de atum e umas bochechas, com um tintol para acompanhar.
Mais uma bela manhã de pudalanço, por trilhos nunca dantes pudalados, num terreno durinho mas com vistas fantásticas sobre a barragem e os cerros. Gosto de ir fazer outros caminhos desconhecidos, para fugir aos habituais. Não importa a distância ou a performance, o mais importante é o prazer de desfrutar na prima Anat'reza na companhia de bons amigos.

Continuem a pudalari!

Fotos: ©João Belo e ©Sérgio Palma




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