FRANGONEIRO E MOINHO DOS FORTIOS

Só mesmo para chatear e por teimosia, ainda antes de regressar aos algarves, fui fazer mais um pudalanço lá pelos arredores da cidade do Alto Alentejo cercada de serras, ventos, penhascos, oliveiras e sobreiros, como um dia escreveu José Régio.
Foi assim uma voltinha vespertina para abrir o apetite para o jantar, sem grandes complicações e um pouco mais plana que a da subida ao alto de São Mamede. Um pouco...
Saí do Monte Carvalho e fui até à Fonte dos Fornos onde apanhei um caminho em direcção ao Frangoneiro. Caminho esse que não conhecia e que permite ter uma vista fantástica da cidade Portalegre, ali toda exposta ao sol do final de tarde.
Depois de atravessar o IC13 virei no Frangoneiro em direcção aos Fortios. Só para não achar que era tudo mais plano, surgiu a primeira subida, para massacrar um pouco as pernas. Ora toma lá! Na entrada dos Fortios descobri uma igreja abandonada e cruzei o IP2 em direcção à Vargem.
A ideia era neste percurso passar pelo moinho, onde já não passava há alguns anos. Lá fui à procura do caminho só que, tal como vai acontecendo um pouco por todo o lado, deparei-me com porteiras de ferro, fechadas. Troquei impressões com um senhor que estava a tratar de uma vinha e lá me disse que se podia transitar por ali, desde que fechasse as porteiras por causa do gado. Claro, nem podia ser de outra forma.
Lá fui então caminho fora, a subir ligeiramente - ou não se fosse para um moinho - pelo meio de vacas a pastar e um trilho minado de bostas das ditas, eh eh eh! A seguir ao moinho, pumbas, mais uma porteira, esta fechada a cadeado... Solução, passar a bike por cima da vedação e saltar. Isto para não voltar para trás.
A seguir a esta mais umas quantas porteiras fechadas apenas com ferrolhos e uma outra a cadeado. Nesta o gentil proprietário fez o favor de me a abrir, quando pensei que iria ser pouco amistoso com o facto de andar por ali a pudalar e, mesmo sem querer, assustar os vitelos. Mas não, foi bem simpático! Os meus agradecimentos ao rapaz.
Mais um engano do GPS que insistiu em me fazer voltar ao local onde tinha desviado um pouco o percurso e cheguei à estrada de Castelo de Vide, onde apanhei o desvio para as Carreiras. Até chegar ao Sítio do Cigano ainda deu para suar as estopinhas em mais umas quantas subidas, em alcatrão, mas em que tem de se pudalar na mesma, já se sabe.
Ainda pensei em subir até às Carreiras e depois até aos Alvarrões, antes de rumar ao Monte Carvalho, mas pensei: "deixa de ser maluco, por hoje já não está nada mau, vai ver do duche e do jantarito!" E assim segui logo pelo asfalto até à Vargem com um pequeno desvio por um caminho que indica Ribeiro do Buraco, ficando assim a conhecer mais este cantinho e onde avistei umas azinhagas que tenho de ir explorar numa próxima vez, pois, pois.
Da Vargem até ao Monte Carvalho também não é propriamente a descer. Fiz uma pequena paragem na Fonte Capitão para enfiar uma verga de água fresca e vá de aviar o resto do caminho até casa, já com o sol a caminhar para o ocaso.

Continuem a pudalari!

Trilho com muitas porteiras na zona do moinho dos Fortios

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