SERRA DE SÃO MAMEDE A SUBIR
Tinha idealizado duas ou três voltas possíveis cá na terrinha do meu coração, mas por forças das circunstâncias e compatibilidade de horários com o meu parceiro nestas andanças, o meu sobrinho Tiago, acabámos por fazer uma voltinha alternativa. As outras ficarão para uma próxima oportunidade.
Eram possibilidades mais planas que a alternativa. O dia estava cinzento e frescote para quase meados de Julho em Portalegre e apesar de não termos saído propriamente cedo, esse estado do tempo era benéfico para o pudalanço.
Saímos da Ribeira de Seda e, logo a frio, começou-se a subir. Até ao Reguengo e cruzamento do Porto de Espada não podia ser de outra forma.
Mas depois fizemos umas nuances diferentes, para não irmos pela estrada. Do cruzamento do Reguengo fomos até à Biquinha para irmos ver como estava de limpeza da Azinhaga da Benfica. Não estava má, transitável excepto numa zona de pedras em que é complicado passar a pudalar.
Chegámos ao Carvoeiro e fomos pela estrada até à Fonte das Pintainhas, onde optámos por um trilho, a subir, claro, que nos levou até à Quinta da Relva. Passámos pela piscina do Reguengo, às moscas. Pudera com o fresquinho que estava a clientela não pegava, pelo menos logo cedo.
Já em direção às Reveladas metemos por um trilho de terra, mais ou menos plano, até chegarmos ao ponto em que se começava a descer, e bem, para a Barragem da Apartadura, com muita pedra solta que pedia atenção redobrada ao sítio onde íamos meter a roda.
Depois foi apreciar a beleza do espelho de água antes de começar a escalada que o Tiago tinha preparado para mim. Acho que foi para se vingar de eu o ter levado aos moinhos de Santa Bárbara de Nexe há uns tempos. Só pode!
Da Apartadura até às antenas da Serra de São Mamede não há muito para contar. Foi uma subida (quase) constante até aos 1025 metros de altitude. Claro, olhando em redor, uma vista fantástica de um lado para a serra, de outro para Marvão, Portagem, Porto de Espada, com a barragem já lá ao fundo e Espanha no horizonte.
Pensei que fosse pior, que o calor que já se fazia sentir me deitasse abaixo e as pernas não aguentassem, mas foi-se fazendo com calma paciência e resiliência. Uma certa brisa ajudou no processo e foi muito bom quando atingimos o topo, ali mesmo junto às antenas. Só os duros chegam lá acima por aquele trilho!
Pausa para umas fotos e trincar algo, antes de descer até à fonte de São Mamede para encher os bidões de água fresquinha. Bebi pouca, pois fizemos uma paragem no Reguengo, junto à igreja, para 33cl de água benta Stout.
Dali até casa foi sempre a descer apanhando na fase final a Azinhaga de Santo António.
Estava feita a escalada ao ponto mais alto de Portugal continental, a sul do Tejo.
Continuem a pudalari!
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